quarta-feira, 18 de junho de 2014

Sobre o desgaste...




Corpo. Dias. Alma... mas, principalmente, a minha mente.

Nada anda nos conformes. Eu estou ruindo. Não há coisa alguma que consiga me alegrar por muito mais do que somente algumas horas, já que, logo depois do que quer que seja, a tristeza bate à porta novamente.
E então, passo o dia aos suspiros. Com a cara fechada, analisando tudo que há de errado em mim. A forma como distancio as pessoas e como faço cada uma delas não querer a minha presença, de forma alguma, pelos próximos dias, principalmente. Por que é que eu não sou capaz de fazer nada, absolutamente nada, do jeito certo? Por que é que eu só dou conta do quão baixo estou, quando já avisto as coisas lá, daqui, do fundo do poço?
Cansa. Cansa demais. Acordar, todo dia e encarar o teto por alguns minutos gratuitos, perguntando-se, mentalmente, que diabos é que você está fazendo da sua vida. Ora, se crescer significa "adotar responsabilidades e frustrações", eu quero simplesmente voltar a fita inteira e parar, congelar, na época em que eu ainda não era nem pensada. Se possível, quando minha mãe nem havia conhecido meu pai. Sinceramente, eu não gostaria de ter nascido, se soubesse antes, que haveria um período tão complicado, tão decadente, na minha vida. Onde era tudo ou nada: muitos amigos, muito sucesso e muita gente por perto. Ou poucos contatos, fracasso eterno e pouca gente ao redor, simplesmente porque as pessoas teriam mais o que fazer. Será que alguém seria capaz de entender que eu preciso de um coração novo? Além dos problemas cardíacos, é por causa daqueles clichês todos também.
Está tudo estragado. Meu humor, minha cabeça, minha dignidade e minha vida. Pessoal e social. “Profissional” e passional. Todos estes elementos beiram a deterioração, que significa apodrecimento, estragamento, perda total da qualidade. Em quinze anos, todas as frustrações que tenho, é claro que não são comparáveis ao real sofrimento, mas é preciso que pelo menos uma pessoa entenda que: não é só porque o ambiente ao seu redor está bem, que há paz em você também.
Falo sério. As pessoas acham que brinco quando digo que não tenho humor, nem paciência para coisa alguma. Na verdade, a maioria delas acha que é arrogância ou grosseria da minha parte, ser tão direta e pessimista assim. Este tipo de gente está quase certo. Não tenho culpa se, com o passar dos anos, as coisas só fizeram piorar. Família, escola. Amores, livros. Paixões diferenciadas, movimentos variados. Nunca existe nada do jeito que eu quero. Nunca há o meu “suficiente” para ninguém. Nunca há o "Oh, cara, ela é boa!", em canto algum. Nunca. Isto pesa. E isto cansa. Porque eu amo tanto algumas pessoas, que, no mínimo, seria reconfortante saber que elas acham um terço disto tudo, sobre mim.
Mas, é claro, nada pode ser tão simples assim.
Ainda há o fator de deterioração, sabe? Deixando, para quem quiser ver, o quão às claras está o andamento da minha vida… Do meu corpo. Dos meus dias. E, por que não dizer, também da minha alma.

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